domingo, 12 de junho de 2011

desadivinho


minha envergadura encolhe, minha fé seca e se recusa a se deitar com meu futuro, diz estar cansada de esperar. ele continnua sem dar notícias. eu temo por eles, não por mim. eu... eu procuro um lugar a salvo, onde dessa briga não sobre nada para mim. enquanto isso, minha envergadura encolhe. até quando eu não sei, talvez até minhas mãos saírem do tronco. talvez até que não existam mais mãos. 

terça-feira, 7 de junho de 2011

um barco

          modificação do original "Slave Ship (Slavers Throwing Overboard the Dead and Dying, Typhoon Coming On)1840 - William Turner


eu acordo já não mais lá. o barco deriva com a força do vento, minhas mãos-remos ainda dormem. a última ilha durou dois meses, mas acabou, como tantas outras. eu aqui, neste barco, como se a terra firme fosse um sonho. o barco eu sei, não é sonho nenhum, é o que eu conheço de mais real. esse barco, que tantas vezes eu já quis que não fosse o meu.