terça-feira, 31 de agosto de 2010

clive


a ladeira que subia, descia. confuso, cogitou pedir informação. os outros não tinham olhos no rosto. ele tinha, ou pensava que tinha. estaria a subir ou a descer. para trás, a mesma coisa. o cima, embaixo. o baixo, em cima. em suas mãos ainda se contavam cinco dedos em cada. nos pés, idem. algo era familiar. não ousou olhar dentro das calças. na cabeça ainda havia cabelos. queria um espelho. olhou de novo para frente. ou subia ou descia. um passo após o outro. arriscou. seguiu mais um pouco. pensava se já seria tempo de olhar para trás. queria saber se havia subido ou descido. cinco dedos. cabelos na cabeça. seguiu mais ainda. cinco dedos. cabelo. para trás, ainda era cedo. parou de conferir os dedos e cabelo. seguiu. seguiu. tomou coragem. olhou para trás. cinco dedos. cabelo. olhou dentro das calças. aliviado, levantou a cabeça e olhou em volta. havia subido ou descido. até ali, quatro certezas. tinha pau, cabelo, vinte dedos e estava completamente perdido.

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